Reputação dos países do
Brics despencou
Há pouco tempo,
os países do Brics eram vistos como o clube dos “emergentes” que iam mudar as regras do jogo internacional.
Hoje, ninguém fala nisso, nem no único projeto do grupo, o natimorto “Banco dos Brics”.
A tentativa de explicar o
derretimento das economias do Brasil, da Rússia e da África do Sul, a freada da
China e os parcos resultados do governo Modi na Índia e prometendo que tudo isso
era passageiro, não mudou a incredulidade geral!
O Brasil está à beira de
ter que amargar uma crise política, social e ética de dimensões históricas.
"Se a economia global, cada vez mais impactada pela nova revolução tecnológica,
vai precisar de menos matérias-primas, a economia brasileira vai sobreviver
como? Sobretudo com um parque industrial cada dia mais obsoleto, serviços de
péssima qualidade, um “custo Brasil” na lua e uma governança econômica
errática".
Os sul-africanos estão na
mesma situação, com uma economia bem menor e vulnerável, um grupo
dirigente corrupto, enrolado em graves problemas raciais, e rejeitado por boa
parte da população.
Quanto à Rússia, o futuro é negro. O país depende quase
completamente do preço do petróleo. O nível atual não dá nem para financiar 40%
do orçamento público. E o governo autoritário de Vladimir Putin aumentou
loucamente as despesas militares e não fez nada para construir uma economia
competitiva. Resultado: uma recessão que vai durar e um arrocho mantido pela
repressão.
A Índia continua crescendo,
mas não tanto quanto seria necessário para tirar uns 800 milhões de indianos da
miséria. As reformas de Narendra Modi estão atoladas no pântano dos
poderosos clientelismos federais e provinciais do país.
"Quanto à China, ninguém acredita nas estatísticas oficiais do crescimento do PIB. Os dirigentes
chineses que eram vistos como super-homens capazes de resolver qualquer
problema econômico passaram à categoria de trapalhões".
A solução destrói a força e a
autoridade do Partido Comunista Chinês que depende da distribuição clientelista
do crédito para se manter no poder.
Fonte: Alfredo Valladão, professor
do Instituto de Estudos Políticos de Paris
Nenhum comentário:
Postar um comentário