quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O naufrágio do BRICS

Reputação dos países do Brics despencou
Há pouco tempo, os países do Brics eram vistos como o clube dos “emergentes” que iam mudar as regras do jogo internacional. Hoje, ninguém fala nisso, nem no único projeto do grupo, o natimorto “Banco dos Brics”.



A tentativa de explicar o derretimento das economias do Brasil, da Rússia e da África do Sul, a freada da China e os parcos resultados do governo Modi na Índia e prometendo que tudo isso era passageiro, não mudou a incredulidade geral!
 
O Brasil está à beira de ter que amargar uma crise política, social e ética de dimensões históricas. 

"Se a economia global, cada vez mais impactada pela nova revolução tecnológica, vai precisar de menos matérias-primas, a economia brasileira vai sobreviver como? Sobretudo com um parque industrial cada dia mais obsoleto, serviços de péssima qualidade, um “custo Brasil” na lua e uma governança econômica errática".

Os sul-africanos estão na mesma situação, com uma economia bem menor e vulnerável, um grupo dirigente corrupto, enrolado em graves problemas raciais, e rejeitado por boa parte da população. 
Quanto à Rússia, o futuro é negro. O país depende quase completamente do preço do petróleo. O nível atual não dá nem para financiar 40% do orçamento público. E o governo autoritário de Vladimir Putin aumentou loucamente as despesas militares e não fez nada para construir uma economia competitiva. Resultado: uma recessão que vai durar e um arrocho mantido pela repressão.
A Índia continua crescendo, mas não tanto quanto seria necessário para tirar uns 800 milhões de indianos da miséria. As reformas de Narendra Modi estão atoladas no pântano dos poderosos clientelismos federais e provinciais do país.
"Quanto à China, ninguém acredita nas estatísticas oficiais do crescimento do PIB. Os dirigentes chineses que eram vistos como super-homens capazes de resolver qualquer problema econômico passaram à categoria de trapalhões". 
A solução destrói a força e a autoridade do Partido Comunista Chinês que depende da distribuição clientelista do crédito para se manter no poder. 
Fonte: Alfredo Valladão, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris




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